O que é Ransomware e como proteger-se deste ataque

Imagine ter todos os dados do seu negócio roubados ou ser impossibilitado de acessá-los. E ainda pior, ser chantageado financeiramente com base nisso.

Infelizmente, ninguém está livre desse risco. Pode parecer coisa de filme, mas é cada vez mais comum o ataque de hackers a empresas. Segundo pesquisa da We Live Security, realizada em 2017, 14% dos sequestros de dados na América Latina ocorrem no Brasil, o que o torna o 4º país com maior números de invasões. 

Dados da empresa de segurança EMC, demonstram que o Brasil representa 4% dos ataques mundiais de hackers a empresa, colocando-o entre os cinco países com o maior número de incidentes. Dentre esses casos, 23% deles resultam em roubo de informações (acima da média mundial de 24%), conforme divulgado pela PricewaterhouseCoopers (PwC).

Relatórios da empresa americana Symantec apontam que 62,2 milhões de brasileiros foram afetados por crimes digitais em 2017. No mundo inteiro foram 978 milhões de pessoas. Assim, calcula-se que US$ 22,5 milhões (cerca de R$ 85,4 milhões) foram roubados no Brasil, e US$ 172 bilhões no mundo todo.

Mas há como se prevenir desses ataques e manter seu empreendimento seguro. Estamos aqui para esclarecer o que exatamente significa a prática de ransomware, qual o seu impacto nos negócios, como assegurar seus dados e quais atitudes tomar como prevenção. 

O que é ransomware?  

“É como fazer uma pessoa de refém. Como o nome sugere, é uma forma de sequestro, em que o refém são seus dados (frequentemente com o uso de um vírus) e há um pedido de resgate”, definição de verbete do dicionário on-line Sideways (especializado em jargões tecnológicos).

Aprofundando mais o conceito, ransomware é um malware; ou seja, software malicioso capaz de infectar um sistema de forma secreta. Após infectar o alvo, ele geralmente tem como ação criptografar, sequestrar ou bloquear o acesso a uma grande quantidade de arquivos de um sistema de dados, equipamento ou até de uma rede inteira. 

Com isso, seu objetivo é exigir um pagamento em troca do resgate ou da liberação dos dados. Caso não seja feito o pagamento dentro do período determinado, é realizado a ameaça de destruição total das informações. 

Como ele se manifesta? 

O ransomware pode se propagar de muitas formas, até porque existem cinco tipos diferentes de vírus, chegando ao total de 50 variantes. Mas, de forma geral, ele surge por meio do método do Cavalo de Troia: escondido dentro de algum anúncio ou download que parecem bem intencionados. Dessa forma, é possível ser surpreendido por um ataque a partir de documentos, links e anúncios enviados ou já existentes na internet

Geralmente, eles são acompanhados de mensagens atrativas ou falsamente atrelados a empresas de renome, técnica conhecida como phishing (em alusão ao termo “pescar” em inglês). Outra forma comum de invasão é por sites bastante acessados pela empresa, que podem estar infectados – técnica conhecida como watering hole. Por isso, muito atenção! Os softwares maliciosos muitas vezes aparentam ser inofensivos. 

No caso deles serem baixados ao sistema, primeiro, seus arquivos podem passar a apresentar extensões diferentes, por exemplo: WCRY, referindo-se a uma das formas de ataque, o WannaCry. Logo após aparecerá o pedido de resgate. Uma vez infectado, o vírus pode se reproduzir automaticamente, permitindo sua disseminação de uma máquina vulnerável para a outra, mesmo sem nenhuma ação feita por aquele usuário.

O mais comum é que atuem por meio da criptografia dos dados do disco. Assim, torna-se impossível o acesso ao conteúdo e, mesmo que o malware seja removido, o arquivo ainda estará corrompido ou não poderá ser acessado. Isso ocorre pois somente os cibercriminosos têm a chave de acesso aos dados infectados. Para divulgar a chave, eles realizam o suborno.

Na maioria dos casos, os valores são solicitados em bitcoin – moeda virtual – pois não é possível rastreá-la, o que garante o anonimato dos cibercriminosos. Segundo o jornal britânico The Guardian, a média do valor cobrado é de US$ 300 (cerca de R$ 1.136). Todavia, não há garantia alguma que isso garantirá a restauração dos dados. De acordo com peritos, a possibilidade de devolução é apenas de 30% a 40%. 

Como se prevenir e evitar o ataque  

“Esse tipo de ataque afeta todo o mundo, mas vimos que os criminosos tentam ir para as empresas, já que possuem informação valiosa pela qual estão dispostas a pagar resgate”, indica o estudo da empresa PandaLab.

Com isso em mente, é importante que a empresa invista constantemente em ações preventivas de seguranças da informação. Para John Lyons, especialista em crimes cibernéticos e antigo funcionário na segurança da Força Aérea Real britânica, é necessário que uma empresa destine 15% dos seus gastos em tecnologias de proteção e segurança de informação. Algumas das principais ações preventivas são: 

Proteção

Primeiro passo é implementar softwares de segurança e investir em profissionais especializados, como antivírus gerenciados e o monitoramento remoto dos sistemas. Essa é a forma mais eficaz de identificar e evitar ciberataques precocemente, antes que o estrago seja feito.

Investir em backup garante que os documentos essenciais da empresa sempre estarão protegidos por meio de cópias de segurança. Assim, mesmo que se sofra um ataque, as informações não serão perdidas, pois poderão ser recuperadas.

Políticas internas

Criar políticas de segurança e treinar os colaboradores é importante para que todos saibam identificar e como agir em casos de vulnerabilidade e ameaça. Um ótimo exemplo disso é alertar sobre os cuidados especiais com e-mails e links externos.

Sistemas quando não são atualizados propriamente podem tornar os dispositivos inseguros, pois deixam brechas para a invasão e roubo de dados. Assim, mantendo os protocolos de seguranças dos sistemas atualizados, soluciona-se vulnerabilidades e garante-se uma proteção extra.

Equipamentos gerenciados

Todos os equipamentos da infraestrutura do negócio também devem ser atualizados e conferidos, isso porque com as evoluções de ameaças, um equipamento desatualizado serve como porta de entrada para infecção das demais máquinas.

Em geral, é preciso que as práticas de seguranças da empresa sejam frequentemente renovadas, tendo em vista o avanço constante das possíveis ameaças. Para auxiliar nesse processo é de extrema importância profissionais especializados e programas de qualidade, além da colaboração de todos dentro da empresa.

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*Texto por Amanda Büneker

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